A vida de uma ex-muçulmana no armário

Texto de Chista Pantea

A neve branca cai na montanha hoje à noite, e não se vê uma pegada sequer.

Se já leram meus posts antigos, já sabem que sou uma ex-muçulmana no armário (não assumida). Eu tenho ficado escondida neste armário por quinze meses. Ainda tenho que fazer os rituais. Ainda frequento aulas islâmicas de vez em quando. Ainda uso o hijab. Tenho que escutar palestras islâmicas e de alguma maneira encaixá-las no meu dia-a-dia. Eles leem livros islâmicos, citam escrituras religiosas islâmicas e falam provérbios religiosos dentro de casa.

Eu não faço parte disso.

Um reino de isolamento e parece que sou a rainha.

“Hijab. Alcorão. Manzil. Orações. Inferno. Inferno. Inferno. Dia do Julgamento. Mulheres sabem o seu lugar. Haram. Allah. Muhammed. Allah. Muhammed“… depois de um tempo, parece ser uma música chata de rap.

O vento sopra como essa tempestade interna.

Os membros da minha família têm muita preocupação em como as mulheres se vestem porque aparentemente, a quantidade de honra de uma família está diretamente proporcional ao tamanho de tecido que ela usa. Eu conheci muita muçulmana no armário, mas muito poucas ainda são obrigadas a usar o hijab. Todas as manhãs, enquanto eu ponho meticulosamente o meu hijab, eu lembro para a garota no espelho que ela não deveria deixar que sua coleira a definisse ou a constrangesse. Eu digo a ela que um dia ela será capaz de…

“A curva de seu seio está aparecendo. Seu top está muito apertado. Cubra-se apropriadamente, ou vai ficar em casa hoje”. Eles me ordenam. Fecho a porta espelhada, como uma mocinha, e me recolho. Este é outro dia que deve ser vencido.

Não foi possível aguentá-lo, os céus sabem que tentei.

Eles não podem saber. Não vão aguentar saber. Não sei o que poderiam fazer comigo. Temo que meus pais interrompam minha educação e me coloquem em uma madrassa em tempo integral, como aconteceu com outras amigas, cuja apostasia foi descoberta em uma série de eventos azarados. Minha educação é minha única saída. Minha educação é empoderamento. Minha educação é libertadora. Minha educação é a esperança.

Eu silencio minha mente quando eles começam a pregar. Levo a cabo os rituais como eles almejam. Eu minto. Eu trapaceio. Eu sou falsa. Eu não os questiono mais. Faço como eles mandam.

Não os deixe entrar, não os deixe ver.  Seja a boa menina que deve ser.

Estou perdendo minha memória. Estou perdendo minha mente, ainda assim, permaneço sã. De alguma maneira. Minhas madrugadas são praguejadas pela ansiedade e pelo medo, e minhas tardes são aflitas pela depressão.

Finja, não sinta, não os deixe saber.

Enquanto as coisas permanecem, construo uma arca para escapar desta tormenta. Eu faço uma imersão pelos deleites da pintura e da literatura de terras distantes, e meus sonhos de viajar para tais terras. Quero ser lótus, que sobrevive e prospera no barro.

Minhas lágrimas secaram. Mas não posso me dar ao luxo de fazer meu espírito secar também.

Deixa assim.  Pois haverá um amanhã.

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chista-panteaSobre a autora: Chista Pantea (@ChistaPantea) é uma ex-muçulmana que se define como ateia e humanista. É blogueira para o site Ex-Muslims of North America e vive no Canadá. Também escreve para o www.theexmuslim.com

Embriologia no Alcorão

Texto de Abdullah Sameer

Um dos “milagres” que dizem estar no Alcorão é o milagre da descrição da embriologia. Frequentemente se diz que o Alcorão descreve a embriologia de um modo que não era possível ser conhecido no sétimo século. Há dois problemas com essa afirmação. Quando eu comecei a ler mais sobre isso, eu fiquei muito desapontado de descobrir que, como tudo que se diz sobre os milagres científicos do Alcorão, este também não era verdadeiro.

Antes de que eu entre nos detalhes, deixe-me dizer que o proeminente pregador Hamza Tzortzis escreveu um livro chamado “Embriologia no Alcorão”, que foi refutado logicamente, ponto a ponto, por dois ateus online. Este livro se chama Embryology in the Quran, Much Ado About Nothing (Embriologia no Alcorão: Muito Alvoroço Para Nada) e eu recomendo muito que se leia. Disto, você vai aprender como os pregadores tentam distorcer e conformar o texto para que combine com o entendimento científico moderno, quando nunca foi escrito para isso. Eu devo agradecer a Hamza por ser honesto e admitir seu erro e retratar todo o seu livro. Ele chegou mesmo a ir além e dizer que “não há milagres científicos no Alcorão”(vídeo no YouTube) e eu agradeço a ele pela honestidade.

Vamos ao tópico.

  1. O Alcorão parece descrever a embriologia de um modo incorreto. Por exemplo, ele diz “osso, e daí carne”.

Depois, transformamos o esperma em coágulo, e o coágulo em óvulo, e o óvulo em osso, e revestimos o osso com carne. E era mais uma criatura. Louvado seja Deus, o melhor dos criadores. Alcorão 23: 14

Isto não parece ser correto. A maioria do que se diz sobre esse assunto é baseado nas afirmações do professor Keith Moore, que foi convidado para a Arábia Saudita para palestrar sobre ciência no Alcorão. Como nota paralela, a maioria dos palestrantes convidados para esta conferência disseram na verdade que suas palavras foram mal interpretadas e eles foram manipulados, ou levados a dizerem coisas que posteriormente foram citadas fora de contexto.  Uma pessoa até mesmo os procurou e teve uma conversa com eles pelo skype. Você pode achar essas entrevistas aqui.
Em relação ao professor Keith Moore, o que ele disse foi que a descrição no Alcorão é impressionante, e ainda assim se recusou a ser um muçulmano. Para mim, isso é o que vem primeiro na hora de aceitar sua afirmação. Alguém que realmente acredita vai se converter. Em segundo lugar, eu achei a referência em seu livro sobre o que ele realmente diz. Não parece ser algo impressionante que tudo que o Alcorão diz sobre Embriologia não é nem mesmo original – é uma paródia de Cláudio Galeno e do Talmud. Como se pode ver, muitos filósofos diferentes costumavam falar de embriologia e não há nada de divino nisso. É apenas o progresso natural do entendimento humano.
Quando se lê outras descrições feitas pelos outros na antiguidade, nota-se que até o Aristóteles em 300 antes de Cristo (e muito antes de Maomé) descrevia a embriologia. Isso faz dele um profeta também?
Quando se olha o Alcorão, ele continuamente se refere a mistura de líquidos masculinos e femininos, como se os fluidos femininos tivessem algo a ver com o bebê. Se o Alcorão fosse de Deus, só teria uma coisa a dizer: que a fêmea tem óvulo, pois ninguém sabia disso nessa época. Isso seria um milagre, pois o óvulo não é visível a olho nu.
E como pode Ele (Deus) desconhecer sua própria criatura? E  Ele é amável, onisciente” Alcorão 67:14
Em resumo, o Alcorão usa palavras altamente imprecisas para descrever o desenvolvimento do embrião, e também descreve a criação de modo incorreto baseado na ideia de “fluidos misturados” que é uma ideia de Galeno e não exclusiva do Alcorão.

Um pequeno hadith

Relatou Anas:

Quando a notícia da chegada do profeta (ﷺ) a Medina alcançou Abdullah bin Salam, ele se dirigiu até ele para perguntar algumas coisas. Ele disse: “vou perguntar três coisas que somente um profeta pode responder. Qual é o primeiro sinal da Hora (do fim dos tempos)? Qual a primeira comida que as pessoas do paraíso vão comer? Por que uma criança às vezes se parece com o pai e outras vezes com a mãe?” O profeta (ﷺ) replicou: “Gabriel (o anjo) acabou de me instruir sobre isso”. Ibn Salam disse: “Ele (Gabriel) é o inimigo dos judeus entre os anjos. O profeta (ﷺ) continuou: “Quanto ao sinal da Hora, será um fogo que colherá as pessoas do Oriente ao ocidente. Quanto a primeira refeição que as pessoas do paraíso vão fazer, será o lóbulo extra do fígado do peixe. Quanto à criança, se os fluídos masculinos precederem aos fluídos femininos, a criança será parecida com o pai. Se os fluidos da mulher precederem ao do homem, a criança parecerá com a mãe”.
Da citação acima, podemos notar que o profeta Maomé não entendia como o gênero de uma criança era determinado.  Maomé era um homem normal que dizia ser profeta mas não recebia nenhuma inspiração divina de Deus. Ele inventava isso tudo fazendo uso de qualquer conhecimento disponível a época.
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Abdullah-SameerSobre o autor: Abdullah Sameer nasceu no Quênia e mudou-se para o Canadá quando ainda era muito jovem. Pertencia a uma vertente xiita do Islã, mas durante a adolescência, converteu-se ao Sunismo graças a influência de um amigo. Virou um praticante muito fervoroso, usando a internet para pregar, e assim passou 16 anos de sua vida. Mas um dia, Abdullah conheceu um jovem que dizia que não iria se converter ao Islã porque achava que o Alcorão era apenas trechos mal citados do Talmud (escritura judaica). Abdullah então fez algo que quase nenhum muçulmano faz: começou a ler materiais críticos do Islã, e aos 33 anos abandonou a religião, considerando-se ateu. Hoje se dedica a iluminar outros contra os males dessa perniciosa crença.

Por que as leis islâmicas não são aplicáveis hoje

Se olharmos as injunções alcorânicas pertencentes a Sharia, ficará logo evidente para um homem racional e sem preconceito religioso que a época dos velhos ensinamentos do Alcorão não pode ser aplicada a época presente. As pessoas que aspiram a promulgação de leis islâmicas ao presente mundo muçulmano são alheias ao fato de que ambos, a época presente  e a Sharia são incompatíveis; e é desastroso lutar por essa causa profana. Nada a não ser um Estado falho será o resultado deste movimento irracional.

A religião é o resultado de perícia do homem. Ninguém no céu ousou inventar esta ferramenta, nem divisou este método para colocar as pessoas no labirinto da religiosidade. Todos pedem provas sólidas da minha tese, mas eles mesmos falham em me provar a existência de Deus. Se só as escrituras sagradas são apresentadas para falar de sua existência, então obviamente uma pessoa cética irá questionar sua autenticidade. Será falho para ele aceitar os sagrados livros como sendo palavra de Deus.

A religião é na verdade um resumo de códigos morais e éticos. O livro da ética (chamada sagrada escritura) tem emergido de épocas diferentes em áreas diferente. Essas mensagens tiveram, sem dúvida, um efeito de longo alcance. Os valores morais mudam com o tempo. O incesto, por exemplo, era muito praticado. Mas no mundo de hoje é um dos atos mais abomináveis. As mulheres tiveram um papel mais fraco em todas as esferas da sociedade até passado recente. Mas agora o mundo reconhece que para uma nação progredir, o papel das mulheres não pode ser negado.

Códigos morais, sociais e culturais mudaram conforme muda a época. Eles não podem ser estáticos pois é contra a lei da natureza. “Regras que mudam para tempos que mudam; regras que não mudam para tempos que não mudam” dizia Muhammad Abduh. Se os códigos morais não mostrarem flexibilidade conforme a necessidade, as pessoas enfrentarão sérios problemas. As decisões tomadas por uma época em particular para uma sociedade em particular nunca são aplicáveis para todas as épocas e todas as sociedades.

As religiões dizem que suas “sharias” são aplicáveis até o último dia do universo. Isso é bem infantil, e somente um tolo pode acreditar nisso. É tão absurdo quanto deixar cair uma grande pedra e dizer que a Terra não vai atraí-la. Desde o advento da era industrial e do mundo científico, não temos visto um só mundo islâmico de sucesso. No passado, o que quer que os guerreiros hajam conquistado ou obtido foi o resultado de invasões bárbaras e massacres cruéis. Qual é a razão principal para os países desenvolvidos nunca terem aplicado um sistema islâmico de governo em seus países, embora hajam aplicado os sistemas capitalistas e socialistas?

Um êxodo de pessoas que vem de países islâmico para outros mais desenvolvidos nos dá a grande prova de que não é o dogma, credo ou fé que molda o sistema estatal. É a sabedoria política, amor pela ciência e racionalidade, respeito pelo cidadão comum e a sinceridade com a causa primordial de construir a nação que garantem seu sucesso e seu crescimento, não os ensinamentos de um livro sagrado qualquer, ou os ditos de algum profeta. A ideologia islâmica é tão ultrapassada e obsoleta que não pode ser promulgada nem mesmo no mundo islâmico. As sociedades islâmicas atuais são a prova viva da morte de qualquer estado teocrático. As pessoas (os que fazem apologia ao Islã N.T.) dizem, com muito orgulho,  que as leis islâmicas não são aplicada corretamente em lugar nenhum. É um modo diplomático de aceitar descaradamente a derrota.

Desde o advento do Islã 1.400 anos atrás, não houve um Estado que fosse ícone de perfeição, progresso e bem estar. Karl Marx e Frederick Engels apresentaram um socialismo científico. Dizia-se que era quase impossível aplicar esta teoria no mundo. Mas em 1917, a Revolução Soviética, sob a liderança de Lênin, tornou isso possível. Não levou nem um século para que o sonho de Marx se tornasse realidade. Do mesmo modo, as ideologias capitalistas embalaram o mundo bem depressa. Mas até agora, as ideologias islâmicas falharam terrivelmente em inspirar as pessoas a lutarem e a aspirarem pela sua promulgação.

O Socialismo está se espalhando depressa e a América do Sul é exemplo vivo disso. Os países capitalistas como E.U.A e o Reino Unido também inspiraram o mundo muito tenazmente. Mas quando a gente olha para os muçulmanos, vemos a Al-Qaeda, o ISIS e outras organizações terroristas espalhando o medo, o terror e o barbarismo por toda parte. Se os muçulmanos dizem que o Islã não é praticado do jeito certo em lugar nenhum, como se pode esperar que uma pessoa de mente aberta e ajuizada creia que ele é aplicável? Obviamente uma pessoa de mente aberta vai ver que isso é só teoria de um livro.

Fica bem claro que a implementação prática das leis islâmicas nos países irá causar tremendo estrago. Será como viajar milênios até a idade da pedra. Agora as pessoas terão que decidir se querem dar as mãos àqueles que almejam uma sociedade mais segura, mais racional e mais científica; ou se querem dar as mãos àqueles cuja agenda é fazer deste lindo mundo um lugar infernal.

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ammar anwerSobre o autor: Ammar Anwer é um jovem de 17 anos, ex-muçulmano, ateu e humanista secular. Escreve como convidado para vários blogs e sites, incluindo o Atheist Republic. Interessado em política e história, Ammar Anwer diz: “Não se pode silenciar pensamentos. Pode-se silenciar a voz de um homem, mas seus pensamentos viverão para sempre, inspirarão as massas e não podem ser parados por acusações absurdas, armas ou medo. Aqui estou eu hoje, escrevendo para vocês, embora possa ser o próximo a ser morto por causa do que acredito e escrevo”.

Por que deixei o Islã

Texto de Waleed Al-Husseini. Link para o original (2010)

Os muçulmanos frequentemente me perguntam por que deixei o Islã. Curioso é que os muçulmanos parecem não entender que renunciar o Islã é uma escolha oferecida a todos e que qualquer pessoa tem esse direito. Eles pensam que todo mundo que deixa o Islã é um agente ou um espião de um Estado Ocidental, chamado Estado de Israel, e que recebem somas em dinheiro dos governos de países ocidentais e seus serviços secretos. Eles realmente não acreditam que as pessoas são livres para pensar e acreditar no que é melhor para elas.

Antes que eu comece, gostaria de enfatizar que ao escrever este artigo, não quero implicar que o Cristianismo ou o Judaísmo são melhores que o Islã, e o leitor não deve se enganar pensando que eu rejeito apenas o Islã entre as religiões, pois para mim todas as religiões são lendas enganadoras do cérebro e um monte de bobagens que competem umas com as outras em termos de estupidez.

Aqui está uma lista de motivos que me levaram a apostasia:

O Islã é uma religião de tolerância?  

O Islã é uma religião autoritária que não respeita as escolhas individuais da pessoa, o que é facilmente verificável pelas suas sentenças bárbaras tais como apedrejamento de adúlteros, atirar homossexuais de despenhadeiros e matar os apóstatas por ousarem expressar um ponto de vista diferente. Depois disso segue o destino dos membros de outras religiões nos países islâmicos. O Islã comanda que seus seguidores lutem contra os infiéis até que se convertam ou concordem em pagar uma taxa chamada de “Jizya” por cabeça, em total submissão. Os textos sagrados do Islã também encorajam guerras flagrantes e a conquista de novos territórios para espalhar a religião de Maomé, ao invés de usar métodos pacíficos para transmitir a mensagem, e usar um esquema argumentativo racional, coisa que o Islã – bem como as outras religiões- carece. É simplesmente um insulto aos valores humanos e uma prova de demência sem precedentes.

O Islã é a religião da igualdade?

O Islã apresentou a tribo dos coraixitas como “a escolhida” para reinar sobre a raça humana. Maomé não concedeu uma só responsabilidade social para alguém que não fosse de sua tribo. O Islã legitimou a escravidão, reforçou as classes sociais e legitimou o roubo dos bens dos infiéis, da posse das mulheres como cativas (Sabaya) durante as guerras e o abuso sexual de tais cativas (Ima’a). Também tem provocado dano às relações maritais com as leis do dote (Mahr) e do divórcio, transformando assim a relação do matrimônio em uma transação comercial.

O Islã é uma religião de justiça social?

Alguns dos princípios mais ultrajantes do Islã são a pilhagem e o roubo, bem como a exploração das pessoas pelo sistema de taxação chamado Al-Jizya. O Islã reconheceu a desigualdade social ao impor o Zakat, de acordo com o seguinte ditado: “um homem rico e grato é melhor do que um homem pobre e paciente”.

O Islã foi justo com as mulheres?

Uma mulher no Islã tem menos razão e menos fé. Ela distrai as orações, do mesmo jeito que os burros e cachorros pretos; e é considerada impura durante a menstruação. A ela deve ser dada apenas a metade da herança de um homem e seu testemunho nos tribunais de justiça vale a metade.

O Islã a coloca sob a guarda do marido e implicou que a aprovação de Deus se dá pela obediência a ele. Um homem também tem o direito de corrigir sua mulher batendo nela e/ou deixando o leito marital se ela se recusar a se submeter a suas vontades.

Ela não tem escolha quando se trata de satisfazer seus desejos sempre que ele quiser, sem levar em conta seus sentimentos e desejos. Não sou feminista e não sou daqueles que defendem as mulheres com ardor contra as inúmeras formas de injustiça que elas sofreram por séculos por causa da religião, mas eu tenho uma mãe, uma irmã e uma companheira, e eu não posso aceitar que sejam humilhadas e estigmatizadas de maneira tão horripilante. Elas são preciosas para mim e eu as amo muito para trata-las dessa maneira asquerosa e falha, e que desmascara as pretensões do Islã ser uma religião de igualdade e liberdade!

O Islã e a criatividade humana.

Todas as formas de expressões artísticas são banidas no Islã: a música, o canto, a dança, a pintura, a escultura, o teatro e também a literatura, a poesia e o uso da lógica! Se você acha difícil de acreditar, eu convido você a conferir as fontes islâmicas, bem como as frases de Maomé, para ter certeza de que eu não estou exagerando e que estou dizendo a mais absoluta verdade.

O Islã e a ciência.

O Islã é rico em alegorias, começando com o mito dos Oráculos (a palavra de Deus comunicada a Maomé via anjo Gabriel), por todo o caminho chamado de Jornada Noturna e Ascensão, quando Maomé supostamente ascendeu aos céus nas costas de um fantástico animal chamado “Burâaq”, voando na velocidade da luz, para finalizar com as mirabolantes histórias que ninguém testemunhou e que nenhuma civilização registrou em seus arquivos históricos, e nem mencionou os fatos que poderiam corroborar essas alegações.

O Islã é assim baseado em fé cega que cresce e domina a mente das pessoas onde há irracionalidade e ignorância. Se essa ideologia tinha métodos de persuasão apelando para a lógica e a razão e abordou cada aspecto da vida humana, como nós os ex-muçulmanos somos ensinados a crer desde o princípio, por que então precisa recorrer a essas histórias malucas para provar sua precisão e apoiar suas ideias? Não é essa a atitude dos mentirosos e dos impostores? Não se esqueçam da contradição flagrante entre os textos sagrados e as verdades científicas básicas, tais como dizer que a Terra é fixa e que o céu fica suspenso acima do solo sem ser sustentado por nenhuma pilastra, e que os meteoritos foram feitos com o propósito de apedrejar os demônios que espiam de cima o que os seres humanos estão fazendo.

Os milagres científicos do Alcorão.

Nós os ex-muçulmanos conhecemos todos os absurdos, as falcatruas e as burlas dos sheikhs que dizem existir milagres científicos no Alcorão, e eu acho bom perguntar por que essas pessoas fabricam uma mentira colossal depois da outra em torno da religião.

A resposta é simples: somente uma teia de mentiras é capaz de perpetuar outra mentira. O Islã não pode se segurar frente a ciência que revela seu mito e sua inegável fraqueza, tal como afirmar que a Terra é plana e que duas pessoas que mamam no seio de uma mesma mulher se tornam parentes biológicos.

Tais pessoas protegem o Islã de passar da moda e perecer desesperadamente tentando reconciliá-lo com a ciência usando o engano e a distorção. Se o Islã fosse uma religião divina e uma mensagem vinda do criador do universo, seria esse objeto de escárnio da ciência e alvo de ilimitadas críticas?

O deus islâmico

Ele é um deus beduíno, primitivo e antropomórfico, o qual tem suas características derivadas do ser humano e experimenta sentimentos de raiva, vingança, ressentimento, superioridade, etc.

A imagem do deus que foi descrita nos textos sacros islâmicos reflete bem a civilização humana, como o trono majestoso carregado pelos anjos, em que ele assentou quando terminou o processo de criação, que nos traz a mente o ritual do Honga-Bonga feito com o chefe da tribo.

Pior ainda é que algumas ações humanas tais como homossexualismo podem fazer este trono magnífico tremer. Aqui está um Hadith que chamou minha atenção: “qualquer trabalho feito pelos filhos de Adão é da conta deles, exceto o jejum, que é da minha conta e eu dou sua recompensa”.

A pergunta que me atormenta é esta: que prazer pode o todo poderoso deus achar nessas pobres pessoas que o adoram? Que benefício isso faria a ele?

O profeta do Islã e o Alcorão.

Maomé não era diferente de um bandido bárbaro que massacrava, roubava e estuprava mulheres. Há muitas provas nas Sunnas, eu convido você a fazer esse dever de casa (de ler) antes de me acusar de mentir tão somente pelo propósito de danificar a imagem do profeta do Islã. Ele era um maníaco sexual, e contornava as leis que promulgava para aquietar seu apetite voraz. Ele dividiu a humanidade e aprisionou a nação com leis retrógradas de um beduíno arcaico. Ele não fez nenhum milagre que pudesse provar sua habilidade profética; tudo que ele tinha era um livro que mostrava semelhanças com a poesia de seus contemporâneos, cheio de erros científicos e dilemas filosóficos.

Conclusão: eu provavelmente teria que escrever um livro inteiro para falar de maneira suficiente sobre as razões que me levaram a renunciar o Islã como religião, mas esses poucos itens listados são as coisas mais importantes que me intrigaram e me levaram a repensar a essência do corolário da fé que, como qualquer outra religião, é uma ideologia mitológica a serviço da política.

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Waleed Al-HusseiniSobre o autor: Waleed Al-Husseini  é um ex-muçulmano palestino e blogueiro ateísta. Já foi preso sob a acusação de blasfêmia contra o Islã e sua prisão chamou a atenção internacional. Depois de ser torturado uma vez e passar 10 meses preso, Waleed Al-Husseini conseguiu fugir para a França, onde pediu asilo e vive até hoje.

#ExMuculmanoPorque

O texto de Ali A. Rizvi (24-11-2015). Tradução e adaptação: Khadija Kafir (29-11-2015) Link para o original.

Onde estão os liberais secularistas no mundo islâmico?

Eu perdi a conta de quantas vezes ouvi essa pergunta. A resposta é tanto surpreendente quanto desoladora. Nos países de maioria muçulmana, eles são frequentemente açoitados e aprisionados por ter blogs, hackeados até a morte em plena luz do dia, ou sentenciados a morte por escrever poemas. Aqui no Ocidente, eles são frequentemente desonrados pelas suas próprias famílias, segregados de suas comunidades, e até assassinados pelas suas próprias famílias em “assassinatos em nome da honra”.

Quanto àqueles que escolhem deixar a religião, o que vem depois é ainda mais sinistro. Há treze países, todos de maioria muçulmana, onde o ateísmo é punível com a morte. E na Arábia Saudita – o lugar que deu origem ao islã, a seu profeta, e onde há os dois lugares mais sagrados, Meca e Medina – declarou que todos os ateus são terroristas. Lembre-se, este é o país não apenas de Osama bin Laden, mas de quinze dos dezenove sequestradores do 11 de setembro.

Quando mudar de pensamento vem com um preço tão alto, não é de se surpreender que você não escute muita coisa vinda de secularistas, ateus e agnósticos no mundo islâmico.

Mas na última terça (17 de novembro), isso mudou. O Conselho dos Ex-Muçulmanos da Grã-Bretanha, de Maryam Namazie (Irã), começou uma campanha na semana passada encorajando os dissidentes ao redor do mundo a aparecer e dizer por que eles deixaram o islã.

A resposta foi tremenda. Nesta sexta feira pela manhã, a hashtag #ExMuculmanoPorque foi a hashtag mais popular no Reino Unido. Nós ouvimos gays sauditas, mulheres que foram forçadas a se casarem, ateus “dentro do armário” no Egito e no Paquistão tweetando usando pseudônimos, mulheres jovens deserdadas pelas próprias famílias nos EUA e mais.

Eu compilei alguns dos tweets mais populares abaixo. Alguns vem de forma racional, e outros são zangados, o que é compreensível se você pensar na barra que passam muitos ex-muçulmanos. Há também os tweets dos muçulmanos que não são muito amigáveis, bem como daqueles que foram apoiadores. O que você vai ver abaixo é o que nunca se escuta, o terceiro lado da conversa internacional que temos testemunhado desde os ataques de Paris – uma conversa que representa uma alternativa de pensamento que só aumenta e que está se desenvolvendo no mundo islâmico, onde o ateísmo está crescendo.

Alguns tópicos para se ter em mente antes de ler:

1- Por fazer parte de uma família ou comunidade muçulmana, o ex-muçulmano não apenas recebe o mesmo tratamento intolerante que os muçulmanos recebem (no Ocidente), mas são também perseguidos pelos próprios muçulmanos, que os consideram heréticos e apóstatas.

2- Os ex-muçulmanos frequentemente se encontram entre os intolerantes de extrema direita, que demoniza todos os muçulmanos; e o apologismo da extrema esquerda, que relega qualquer crítica legítima contra o islã como “islamofobia”. Criticar o islã e demonizar os muçulmanos como pessoas são duas coisas completamente diferentes.

Aqui estão alguns dos tweets:

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Alguns muçulmanos não gostaram da campanha:

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Outros deram muito apoio:

os apoiadores

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Alguns não muçulmanos que deixaram suas religiões mostraram solidariedade:

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headshotSobre o autor: Ali A. Rizvi é um ex-muçulmano nascido no Paquistão e que mora em Toronto (Canadá). Ele é médico e músico; e está escrevendo seu primeiro livro que se chama The Atheist Muslim: Losing My Religion but Not My Identity (O muçulmano ateu: deixando minha religião mas não a minha identidade).

A guerra dos terroristas na Europa

Texto de Ayaan Hirsi Ali. Tradução de Khadija kafir em 18-11-2015. Link para o original.

O presidente francês Hollande declarou que os atentados de 13 de novembro em Paris eram “atos de guerra” do Estado Islâmico, e ele estava certo, se não atrasado, em reconhecer que os jihadistas têm estado em guerra contra o Ocidente por anos. O Estado Islâmico, ou ISIS, está prometendo mais ataques na Europa, então a própria Europa – não apenas a França – deve ficar em pé de guerra, e se unir para fazer militarmente o que quer que seja para destruir o ISIS e o seu tão chamado califado na Síria e no Iraque. Não é simplesmente “conter”, não é “degradar” – é destruir e ponto final.

Porém mesmo que o ISIS seja completamente destruído, o extremismo islâmico em si não irá desaparecer. A destruição do ISIS só iria aumentar o fervor religioso daqueles dentro da Europa que almejam um califado.

Os líderes europeus precisam tomar uma grande decisão política, e talvez a França possa liderar o caminho. Uma mudança na mentalidade é necessária para evitar mais ataques terroristas ou, numa maior escala, evitar conflitos civis. Os extremistas islâmicos nunca vão conseguir transformar a Europa em um continente islâmico. O que eles podem bem fazer é provocar uma guerra civil de maneira que algumas partes da Europa se pareçam com os Bálcãs no início dos anos 90.

Aqui estão alguns passos que os líderes europeus poderiam tomar para erradicar o câncer do extremismo islâmico do meio deles.

Primeiro: aprender com Israel, que tem lidado com o terror islâmico desde o dia em que nasceu e que lidou com ameaças muito mais frequentes à segurança de seus cidadãos. É verdade que os extremistas islâmicos dentro de Israel hoje recorrem ao uso de facas e automóveis como arma de sua escolha, mas isso acontece porque ataques semelhantes àqueles em Paris na semana passada são agora impossíveis de os terroristas organizarem. Ao invés de demonizar Israel, tragam a experiência deles, e os especialistas deles para a Europa, para que se possa desenvolver uma estratégia contra o terror.

Segundo, incentive uma longa batalha de ideias. Os europeus terão que mirar nas estruturas de doutrinação: as mesquitas, as escolas islâmicas, os websites, as editoras gráficas e o material de proselitismo (panfletos, livros, tratados, sermões) que servem como correntes transportadoras da violência. Os extremistas islâmicos miram as populações muçulmanas através da “Dawa” (persuasão), convencendo-os de que seus fins são legítimos antes de lidar com a questão dos meios.

O governo europeu precisa fazer seu próprio proselitismo nas comunidades promovendo a superioridade das ideias liberais. Isto significa desafiar diretamente a teologia islâmica usada pelos predadores islâmicos que transformam cabeça e os corações dos muçulmanos em inimigos dos países que os acolheram.

Em terceiro lugar, os europeus precisam estabelecer uma nova política de imigração que admitam apenas imigrantes comprometidos com os valores ocidentais e que rejeitam a política islâmica que os fazem vulneráveis a atração de um califado.

Há muitas fraquezas diferentes na política de imigração europeia: é muito fácil ganhar cidadania sem ser necessariamente leal a constituição nacional; é muito fácil para os de fora entrar nos países da União Europeia sem motivos legítimos para o asilo, e, graças a política de fronteiras abertas conhecida como Schengen, é muito fácil para os estrangeiros, uma vez em solo europeu, viajar livremente de um país a outro. Esta situação se revelou insustentável para o fluxo migratório na Europa.

Será que é melhor uma Europa fortificada com uma cortina de ferro para o Leste e um cordon sanitaire naval no Mediterrâneo e no Mar Adriático? Sim. Pois nenhuma outra estratégia faz sentido, dada a ameaça como a que representa o extremismo islâmico. E se os líderes europeus persistirem – como a Chanceler Ângela Merkel – em louvar as virtudes da abertura de suas fronteiras, eles irão em breve ser perseguidos por populistas que melhor representam a opinião do povo.

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ayaan hirsi ali 2Sobre a autora: Ayaan Hirsi Ali é uma ex-muçulmana nascida na Somália que se tornou famosa ao publicar uma autobiografia intitulada Infiel- a história de uma mulher que desafiou o Islã. Também é autora de outros livros: A Virgem na Jaula e Nômade. Porém seu mais novo livro chama-se Herege – por que o Islã precisa de uma reforma imediata. Todos os seus livros são publicados no Brasil pela editora Companhia das Letras. Ayaan Hirsi Ali é a mais notória das pessoas que criticam o Islã e faz frequentes aparições na mídia em todo o mundo.

 

Sunitas ou xiitas: quem é pior?

Trecho do artigo Sunni or Shia, Which Poses A Greater Threat?  (Sunita ou Xiita, qual dos dois representa uma ameaça maior) de Mumin Salih (2012). Publicado em 04-10-2015 por khadija kafir.

Escolher entre Sunita ou Xiita é como escolher entre o idiota e o tolo; ambas as seitas vêm do mesmo culto chamado islã.

Há muitas outras seitas mas essas duas são as principais. Ambas vieram a existir no sétimo século depois do assassinato de Ali, o quarto dos “Califas Bem Guiados”. Ali foi eleito quando o mundo islâmico estava em polvorosa, que se seguiu após o assassinato brutal e sem piedade de Uthman, o terceiro califa. Os muçulmanos enfrentaram uma guerra civil que tirou centenas de milhares de vidas. De fato, eles ainda pagam com suas vidas, como resultado dessa divisão.

Os xiitas são aqueles que ficaram do lado do Califa Ali, contra os rebeldes. A posição dos muçulmanos sunitas era, e ainda é, a mais interessante e está de acordo com sua posição em relação a outros absurdos islâmicos; em outras palavras, ela é uma posição confusa. Elas acreditam que Ali estava certo e fez a coisa certa pelo islã. A história dos eventos, como tem chegado a nós, está em apoio de Ali. Todavia, eles se recusam a condenar os rebeldes, que eram oponentes de Ali. Assim sendo, os sunitas acreditam que, quem quer que estivesse no lado certo, e quem quer que estivesse se opondo ao lado certo, estavam ambos do lado certo. Pode parecer maluco, mas isso é o islã.

Os sunitas se recusam a discutir este tópico com o argumento de que depende de Alá, não dos humanos, julgar a questão. Os muçulmanos sunitas desenvolveram uma fobia em relação a essa parte da história; eles não gostam de discuti-la, ler sobre ela ou saber sobre ela!

É claro que existe uma razão por trás dessa fobia. Ambos os grupos combatentes não eram muçulmanos comuns, mas companheiros de Maomé altamente reverenciáveis, os chamados “Sahaba” (1). O Alcorão e o Islã foram confiados àqueles homens e eles são considerados exemplos para os outros muçulmanos. Aqueles homens chamados de Sahabas eram quase perfeitos, pois a perfeição plena é somente de Alá. Os muçulmanos acreditam que o Alcorão – e de fato toda a religião islâmica – nos alcançou sem alterações por causa da perfeição daqueles homens. Qualquer mácula na sua integridade lançaria sérias dúvidas sobre a integridade da religião. Infelizmente, os eventos da guerra expõem algumas condutas bárbaras que apenas combinam com os criminosos. Assim sendo, é melhor não saber nada a respeito!

(1) Esse grupo inclui, além de Ali, Abu Bakr, Omar e Otman (N.T.).

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Sobre o autor: Mumin Salih é um ex-muçulmano que prefere não se expor em demasia, mas que escreve muitos artigos para o fórum de ex-muçulmanos fundado por Ali Sina. Também escreve para o Site Islam Watch, onde tem uma página.

Por que os muçulmanos têm obrigação de odiar os judeus?

Texto de Nonie Darwish

Recentemente, um líder religioso do Paquistão, Pizarda Muhammad Raza Saqib Mustafai, disse: “Quando os judeus forem eliminados … o sol da paz [vai] começar a subir em todo o mundo.” A mesma pregação é rotineiramente feita não só por clérigos, mas por políticos – no Irã, Arábia Saudita, Egito e em outros lugares. Isto não é apenas coisa de Ahmedinijad; está no coração da teologia islâmica dizer que a paz mundial só será estabelecida quando todos os judeus forem eliminados da face da terra. Mas poucas pessoas na mídia ocidental estão alarmadas com este tipo de retórica ou se importam em expor esse terrível lado escuro da obsessão islâmica a respeito do ódio aos judeus.

Eu não acredito que uma pessoa tenha que ser uma autoridade em comportamento humano ou em pensamento grupal para descobrir a patologia óbvia no ódio islâmico. É a hora de descobrir e expor essa atrocidade contra o povo judeu. Devemos isso à humanidade e à verdade.

Nenhum muçulmano verdadeiro consegue ver que tamanho ódio é impróprio e profano para uma religião mundial e que a credibilidade do Islã é manchada por isso. A nenhum muçulmano é permitido ir longe o suficiente para autoanalisar ou perguntar por que isso. Os muçulmanos defendem o ódio aos judeus, afirmando que eles traíram Maomé e, portanto, merecem este tipo de tratamento. Mesmo quando eu era muçulmana, eu acreditava que a história unilateral contra os judeus pelo Islã era suficiente para justificar toda a matança, todo o terror, mentiras e propaganda por líderes islâmicos contra esse povo. Para o muçulmano médio, xingar rotineiramente os judeus em mesquitas o faz sentir-se normal e até santo!

Depois de muita reflexão, análise, pesquisa e escrita, eu descobri que o ódio contra judeus no Islã é uma base essencial para o sistema da crença islâmica do qual os muçulmanos não conseguem se livrar. O ódio contra os judeus mascara um problema existencial da fé. O Islã vive aterrorizado com os judeus, e o inimigo número um do Islã é a verdade, que deve ser constantemente coberta a qualquer custo. Não importa quantos muçulmanos homens, mulheres e crianças morram no processo de salvar a reputação do Islã, pois o dever número um dos muçulmanos é proteger a reputação da religião e do profeta. Mas por que uma religião iria impor um fardo tão pesado a seus seguidores? Eis o porquê:

Quando Maomé embarcou em sua missão de difundir o Islamismo, o seu objetivo era criar uma religião exclusivamente árabe, uma que fosse criada por um profeta árabe, que refletisse os valores e a cultura árabes. No entanto, para obter legitimidade, ele teve que vinculá-lo às duas religiões abraamicas anteriores, o judaísmo e o cristianismo. Ele esperava que as tribos judaicas que viviam na Arábia o declarassem como o seu Messias e, assim, trazer-lhe maior legitimidade junto aos árabes, especialmente com sua própria tribo, em Meca, os coraixitas. Porque sua própria tribo o havia rejeitado e ridicularizado, Maomé necessitava a aprovação dos judeus, a quem chamou o “Povo do Livro”. Mas a conversão dos judeus ao Islã tinha que fazer parte do cenário que Maomé devia realizar, a fim de provar que o povo de Meca tinha cometido um erro ao rejeitá-lo.

Essa foi uma das razões pala qual Maomé optou por migrar para Medina, uma cidade que tinha sido predominantemente colonizada por tribos judaicas e alguns árabes empobrecidos que viviam em torno dos judeus. Os judeus permitiram que Maomé se mudasse. No início, o Corão escrito em Meca estava cheio de elogios para os judeus, que foram, então, descritos como “orientação e luz” (surata 5:44) e um povo “justo” (surata 6: 153- 154), que “destacou as nações” (surata 45:16). Mas quando os judeus rejeitaram o apaziguamento e se recusam a se converter ao Islã, Maomé simplesmente tirou o corpo fora. O Alcorão mudou de amor para ameaças e, em seguida, puro ódio, xingando, e mandando matar judeus. A rejeição por parte deles se tornou uma obsessão intolerável para Maomé.

Não só os judeus o rejeitaram, mas a sua prosperidade deixava Maomé extremamente invejoso. As tribos árabes judaicas ganhavam a vida com negócios legítimos e bem-sucedidos, mas Maomé ganhava a vida e a riqueza através da guerra, atacando tribos árabes – algumas das quais eram de sua própria linhagem – e caravanas de comércio, se aproveitando da riqueza e propriedade delas. Isso não parecia bom para um homem que alegava ser um profeta de Deus. A mera existência dos judeus fazia Maomé parecer mau, o que levou a um indizível massacre: a decapitação de 600 a 900 homens judeus de uma tribo, fazendo de suas mulheres e crianças seus escravos. Maomé teve a primeira de suas escravas sexuais, uma mulher judia muito bonita (chamava-se Juwairiyah). Todo esse massacre inútil dos judeus foi cuidadosamente documentado em livros islâmicos sobre a vida de Maomé – não como algo de que se envergonhar – mas como comportamento justificado contra pessoas más.

Uma pessoa não precisa ser psiquiatra para enxergar o óbvio: que Maomé ficou um homem atormentado após o massacre que orquestrou e forçou seus lutadores a se comprometem a fortalecer e enriquecer a si mesmos e a sua religião. Para reduzir o seu tormento, ele precisava de todos ao seu redor, bem como as gerações futuras, para participar do genocídio contra os judeus, as únicas pessoas sobre quem ele não exercia controle. Um enorme número de versículos do Corão incentiva os maometanos a lutar, matar, e amaldiçoar. O Alcorão é cheio de promessas de todos os tipos de prazer no céu para aqueles que seguiram a farra; e maldições e condenação para aqueles que optarem por fugir da luta. Os muçulmanos eram encorajados a não sentirem hesitação ou culpa pelo genocídio, porque não foram eles que fizeram isso, mas sim “a mão de Deus” (surata 8:17).

Maomé nunca superou sua raiva, humilhação e rejeição por parte do “Povo do Livro” e foi para o túmulo atormentado e obcecado por alguns judeus ainda estarem vivos. Em seu leito de morte, Maomé confiou aos muçulmanos a missão de matarem os judeus onde quer que eles fossem encontrados, o que fez isso um “santo mandamento” que nenhum muçulmano pode rejeitar. Os muçulmanos que escreveram a Sharia entendiam como Maomé era extremamente sensível a críticas, e por isso criticar Maomé se tornou o maior crime no Islã, que nunca será perdoado ainda que o agressor se arrependa. A mensagem de Maomé em seu leito de morte não foi para seus seguidores lutarem pela santidade, paz, bondade e tratarem o próximo como a si mesmo, mas sim um mandamento para os muçulmanos continuarem a matança e o genocídio contra os judeus. Matar assim se tornou um ato sagrado de obediência a Maomé e ao próprio Alá.

Maomé retratou-se como vítima dos judeus e os muçulmanos devem vingá-lo até o dia do julgamento. Com todo o poder árabe, dinheiro e influência em todo o mundo de hoje, eles continuam a retratar-se como vítimas. A Sharia – transformada em lei – estabelece que todo muçulmano defenda a honra de Maomé e do Islã com seu próprio sangue, e permite a violação de diversos mandamentos, se isso for para o benefício de defender o Islã e Maomé. Assim, os muçulmanos estão carregando um enorme fardo, um santo fardo: defender Maomé com o seu sangue; e ao fazer isso, estão autorizados a matar, mentir, trapacear, caluniar e enganar.

Maomé deve ter sentido uma profunda e extrema vergonha depois do que fez com os judeus, e, portanto, uma boa razão tinha que ser encontrada para explicar seu genocídio. Ao ordenar aos muçulmanos que continuassem por ele, mesmo depois de sua morte, Maomé expandiu a vergonha para cobrir todos os muçulmanos e o próprio Islã. A todos os muçulmanos é ordenado seguir o exemplo do profeta e perseguir os judeus onde quer que eles fossem encontrados. Cem anos após a morte de Maomé, os árabes ocuparam Jerusalém e construíram a mesquita Al-Aqsa bem em cima das ruínas do templo judaico, o local mais sagrado dos judeus. Os muçulmanos pensavam que tinham apagado toda a memória da existência judaica.

O genocídio dos judeus na Arábia de Maomé tornou-se uma marca escura de vergonha na história islâmica, e essa vergonha, inveja e raiva continuam a usurpar o melhor dos muçulmanos hoje. Aos olhos de Maomé e dos muçulmanos, a mera existência do povo judeu, e principalmente de todo um Estado judeu, deslegitima o Islam e faz Maomé parecer mais com um assassino em massa do que como um profeta. Para os muçulmanos, fazer as pazes com os judeus e reconhecer que eles são seres humanos que merecem os mesmos direitos que qualquer outra pessoa, teria um efeito devastador sobre a forma como os muçulmanos veem a sua religião, a sua história, e as ações de seu profeta.

O Islamismo tem um grande problema existencial. Sem culpa alguma, os judeus se meteram neste dilema islâmico. O Islã deve justificar o genocídio que Maomé travou contra eles. Maomé e os muçulmanos tinham duas opções: ou os judeus são sub-humanos, macacos, porcos, e inimigos de Alá (uma descrição comum sobre os judeus ainda ouvida regularmente nas mesquitas do Oriente Médio de hoje), ou Maomé era um sanguinário genocida não apto a ser um profeta de Deus – uma escolha que significaria o fim do Islã.

Agora e sempre, Maomé e os muçulmanos escolheram claramente a primeira visão de mundo e decretaram que qualquer indício de escolha da segunda opção deve ser severamente punido. Os judeus devem continuar sendo vistos como perversos e serem eternos inimigos do Islã se essa religião quiser permanecer legítima. Não há uma terceira solução para salvar o Islã desse dilema: ou Maomé era mau, ou os judeus eram maus. Qualquer tentativa de perdoar, humanizar, ou viver em paz com os judeus é considerado traição contra o Islã. Como é que os muçulmanos podem perdoar os judeus e, em seguida, voltar para suas mesquitas, apenas para ler as palavras de seu profeta, dizendo que eles devem matar judeu onde quer que os encontrem? Isso não faz lógica, se alguém quiser permanecer muçulmano.

É por isso que o inimigo número um do Islã é – e deve continuar sendo – a verdade. Se a verdade mostrar a tona o ódio injustificado do Islã, os muçulmanos vão ficar com uma religião que é uma concha vazia, uma religião cujo profeta era um assassino, um ladrão, e um genocida. Sem ódio aos judeus, o Islã se destruiria.

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Sobre a autora:  Nonie Darwish nascida no Egito e naturalizada americana, é uma ex muçulmana ativista a favor dos direitos humanos e fundadora do Arabs for Israel e diretora do Former Muslims United. É autora de vários livros, entre eles, The Devil We Don’t Know: The Dark Side of Revolutions in the Middle East (O diabo que não conhecemos: o lado escuro da revolução no Oriente Médio).

O artigo original foi publicado em 03 de agosto de 2012 e está no site http://www.americanthinker.com/articles/2012/08/why_muslims_must_hate_jews.html